Gestão e rastreio estão entre principais meios de adesão da tecnologia. A prática agropecuária é uma das mais antigas atividades desenvolvidas pelos humanos e um dos principais motores econômicos do Brasil. Entretanto, segundo o Índice de Produção Agroindustrial (PIMAgro) a agroindústria no país encolheu sua produção comparado a 2018. E em tempos de retração, a inovação se faz essencial para trazer novos resultados.

Mas como ser disruptivo em uma área da indústria mais tradicional como a agropecuária? O primeiro passo nesse sentido é aporte de capital nas agrotechs, em especial naquelas que tragam soluções que aumentem a produtividade do agronegócio, digitalizando processos e agilizando as tarefas, já que a agroindústria brasileira respondeu em 2018 por 34,7% do PIB do agronegócio do país.

Hoje, no Brasil as startups de tecnologia para esse setor já formam um grupo de mais de 300 empresas, que investem mais de R$100 milhões ao ano. Elas estão capacitadas para oferecer qualquer tipo de serviço, mas a falta de conectividade e de integração dos dados gerados por diferentes dispositivos são o desafio, já que 90% das propriedades do país são de pequeno porte e 67% dos produtores não utilizam tecnologias que dependam de conexão. Já nos Estados Unidos, ano passado foi investido mais de 80 bilhões de dólares em todas as áreas. Lá eles estão criando o futuro e um ecossistema que hoje nós, ainda, não conhecemos. A pensar que tem várias tecnologias transformadoras, uma pesquisa de mercado do SiliconVal.ly Institute o qual o Tommaso é presidente, chegou a sete tendências que podem ser priorizadas no Brasil para o ano 2020.

1 Robôs. A tecnologia chegou para dar um salto no mercado de agrotech e um dos pilares fundamentais são os robôs. O avanço nessa área já está permitindo o surgimento de máquinas capazes de executar tarefas sem orientação humana direta. Já existe robô projetado para executar trabalhos mais complexos como: povoar o campo, monitorar o desenvolvimento de lavouras e criações, medir performance e detectar qualquer deficiência da sua safra.

2 Rastreio. Os consumidores querem saber de onde vem a comida. 

3 Sensores. A modernização conta ainda com sensores e câmeras. Essa técnica vem sendo aplicada à agricultura de precisão e visando aprimorar alguns procedimentos. 

4 Sistemas Autônomos. Dentre as novidades na área de sistemas autônomos para a agricultura, destacam-se os drones, que se tornaram ferramentas muito úteis no gerenciamento de uma fazenda. O uso de drones na agricultura ajuda cada vez mais os agricultores a terem melhores resultados. 

5 Gestão de fazenda. Os resultados do produção no meio rural dependem de fatores que vão além do conhecimento específico do produtor. Pra acabar com a falta de organização e planejamento, os softwares de gestão são essenciais hoje em dia para o produtor. 

6 Biotecnologia. A agricultura e a biotecnologia se aliaram para tornar o cultivo de plantas mais eficientes.

7 Fazenda da próxima geração. Para abordar as ineficiências operacionais e de distribuição da agricultura, tem havido uma tendência recente de descentralização e urbanização de fazendas tradicionais. 

Tommaso Di Bartolo é presidente do SiliconVal.ly, instituição de educação corporativa especializada em transformação digital e inovação corporativa, e sócio fundador da Awesm Ventures, fundo de investimento em startups em estágio inicial que tratam de tecnologia ao redor dos dados. É um empreendedor serial, de quatro startups nos últimos 20 anos, das quais duas foram adquiridas autor do seu primeiro livro chamado “How To Growth Hack your Startup”, e instrutor na UC Berkeley.