O Brasil precisa correr para aumentar a eficiência agrícola, o rastreamento, o desenvolvimento de alimentos com maior valor nutricional e a segurança. Por Maurício Antônio Lopes.

Nos anos 50, 60, o Brasil era considerado um país inseguro do ponto de vista alimentar, razão que explica sua dependência da importação de alimentos básicos. Com os investimentos feitos nas últimas quatro décadas, o cenário mudou e o termo "celeiro do mundo" passou a ser cunhado em todas as referências feitas ao agronegócio brasileiro. Apesar dos avanços, o setor sofre de sérios e complexos problemas, afirma Maurício Antônio Lopes, presidente da Embrapa, a maior instituição de pesquisa agropecuária da América Latina, durante apresentação feita no 2º Fórum Nacional de Agronegócios, realizado pelo Lide em Campinas (SP).

Abaixo, Lopes aponta os 10 grandes desafios (e também oportunidades) do agronegócio brasileiro:

1) A agricultura tem que crescer em produtividade e eficiência de área.

2) Segurança biológica e defesa sanitária são pontos que demandam antecipação. Pragas poderão chegar ao Brasil, o que gera preocupação e pressa no desenvolvimento de métodos e meios para combate a futuros problemas.

3) O futuro do agronegócio passa pela automação de processos, o que demandará novos sensores e métodos. Em busca de melhorias, o Brasil tem se aproximado da Alemanha, um modelo neste quesito.

4) A agricultura vive cada vez mais sob pressão do estresse climático.

5) Uso da alimentação como prevenção e/ou cura de doenças.
A crescente pressão sobre sistemas de saúde, que estão falindo em todo o mundo, e de seguridade social mostram que o paradigma da cura de doenças deverá, cada vez mais, ser substituído pelo paradigma da prevenção de doenças. A agricultura será pressionada a produzir alimentos com densidade nutricional e funcional cada vez mais elevada. A tendência é de queda no número de subnutridos e crescimento de problemas de nutrição como a obesidade.

6) Rastreamento.
Uma exigência crescente, especialmente para os exportadores de carne bovina, suína e aves.

7) Produtores à margem do mercado, mas com alto potencial.
Para a ampliação do pequeno e médio produtor no mercado, defende-se uma mobilização para oferta de tecnologia e informação para este público deslanchar

8) A pecuária brasileira precisa de métricas e dados para avançar.
Um grande nó com baixíssimo investimento até o momento.

9) Atração do jovem ao campo.
A mão de obra no campo tem rareado por conta da migração de indivíduos para os grandes centros urbanos. Um dos desafios do setor é mostrar para o jovem que o setor tem grandes oportunidades para quem deseja empreender.

10) Olhar mais integral e menos fragmentado.
Na prática isso significa observar, estudar e lançar estratégias para toda a cadeia e não só para um único silo.

Fonte: http://forbesbrasil.br.msn.com/blogs/francoiseterzian/