A gestão de pessoas é o coração de qualquer empresa e um imenso desafio para aqueles que desejam conduzir a atividade leiteira como tal. Contratar um bom funcionário é só o primeiro passo. É preciso treinar, monitorar, corrigir, motivar, reconhecer e, muitas vezes, demitir. Isto está longe de ser algo fácil ou instintivo. Leia os principais pontos da reportagem da Revista Leite Integral sobre a Fazenda Morada do Sol (Bambuí/MG), cliente e parceira IDEAGRI, cuja gestão de pessoas reúne todas essas características e impressiona pela sua eficiência.


Um pouco da história...

A história da Fazenda Morada do Sol começou em 1973, quando João Cezar Gatti adquiriu suas primeiras terras no município de Bambuí/MG. Atualmente, a fazenda tem 430 hectares, sendo 300 ha destinados à agricultura, 100 ha para o leite e 30 ha para reserva e APP’s. Em 1977, deu início à pecuária leiteira, quando iniciou a formação das pastagens, com o capim colonião, e, pouco a pouco, a construção das benfeitorias. Por volta de 2007, iniciou-se o processo de sucessão na fazenda para João Carlos Gatti, filho de João Cezar, sendo definidas novas estratégias de negócio, focando todos os investimentos no melhoramento técnico da atividade e na produção de alimentos (milho e soja). João Carlos logo percebeu a necessidade de investimento e, paulatinamente, à medida que ia evoluindo seu conhecimento e ganhando a confiança do pai, começou a tomar decisões estratégicas para melhorias da propriedade.

O sistema de produção...

A Fazenda Morada do Sol passou por vários sistemas de produção, sempre optando por dar o próximo passo quando chegava no limite do anterior. O primeiro modelo utilizado foi de pastejo rotacionado, que acabou inviável em função do aumento do número de animais. Com isso, passaram a alimentar os animais no cocho, e usar os piquetes apenas como áreas de descanso, o que gerou um salto de 20% na produtividade, chegando a uma produção de 8 mil litros/dia. Mas, um novo gargalo apareceu na época das águas, quando a produção caiu para 3.000 litros, em função dos sérios problemas de manejo, especialmente excesso de barro nos piquetes. Além disso, o número de animais havia crescido muito, chegando a 300 vacas. A solução, naquele momento, foi vender alguns animais.

"Além do barro, a rotatividade de mão de obra era altíssima. Todo dia tinha um ou dois funcionários pedindo demissão. Eram muitos os problemas sanitários, especialmente os quadros de mastite, além de altas taxas de mortalidade, tanto de vacas quanto de bezerras", conta João Carlos.

Em 2010, iniciou-se a construção de um sistema de confinamento para as vacas em lactação e uma nova ordenha. E, em agosto de 2014, construíram um Free Stall. Naquela época, o rebanho tinha cerca de 400 vacas, sendo 270 a 330 em lactação. Atualmente, são 354 vacas em lactação, com uma produção de 10.200 litros/dia, entregue para a Itambé. Para o próximo ano, estão estudando a construção de outro Free Stall, pois hoje têm 100 vacas em lactação fora do galpão.

"Não existe um sistema de produção melhor do que o outro. Cada sistema se adequa a uma situação específica de cada propriedade", afirma João Carlos.

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Separação da areia...

A fazenda conta com um sistema de separação que permite o reaproveitamento de cerca de 80% da areia usada nas camas. A separação da areia surgiu como uma necessidade, pois começou a chegar na propriedade com muitas pedras e sujidades, o que gerou problemas de casco. Em um primeiro momento, começaram a peneirá-la manualmente, mas estava ficando muito caro. Por isso, desenvolveram um sistema mais eficiente de separação.

Conforto térmico...

A ventilação é acionada quando a temperatura interna do galpão atinge 21ºC, e funciona até que a mesma caia para valores inferiores a esse. Já a aspersão, inicia-se a cada 4 minutos de ventilação, liberando 1 minuto de água. Enquanto estiver acima de 21ºC, as vacas estarão tomando banho.

Produção de alimentos e nutrição...

Dos 300 hectares destinados à agricultura, 290 ha são utilizados na produção de milho. Desses, mais ou menos 40 ha são usados para reposição do estoque de silagem. Do restante, metade é utilizada para produção de grão úmido, grão seco, e o excedente vai para venda. A soja, até três anos atrás, era plantada para rotação de cultura, mas como o maquinário ficou muito obsoleto, optaram por não fazer mais, até que possam investir em máquinas melhores.

Manejo das bezerras...

A maior parte das bezerras é criada em bezerreiro tropical (sistema argentino) até o desaleitamento, embora ainda existam algumas casinhas na propriedade.

Reprodução...

Há 30 anos a fazenda não compra animais. A maior parte da reprodução é feita por IA, utilizando sêmen sexado nas novilhas.

Ordenha e qualidade do leite...

A fazenda realiza 3 ordenhas por dia, em sala com linha média e 18 conjuntos. A qualidade do leite é prioridade absoluta. Antes de cair no tanque, ele passa por um trocador de calor, que consegue reduzir sua temperatura em 2°C. Com isso, quando a ordenha termina, o leite já está gelado. Os funcionários recebem uma participação por qualidade.

Sanidade...

Uma das principais causas de descarte involuntário na propriedade é a sanidade. A média de permanência de uma vaca no rebanho é de 2 lactações. O casqueamento passou a ser feito com maior frequência e, em breve, deve se tornar semanal.

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Manejo de dejetos e meio ambiente...

A fazenda trabalha de forma bastante consciente as questões de responsabilidade ambiental, especialmente em relação a água. A fazenda tem sistemas de tratamento de resíduos e de captação de água da chuva.

Controle de custos...

A fazenda emprega um rigoroso controle de custos, sendo essa uma das características mais fortes da administração de João Carlos. Segundo ele, 48% do custo total da propriedade vem da alimentação do rebanho, sendo: 18,7% concentrado proteico; 12,17% concentrado energético; 4,9% minerais; 11,5% forragens.

A Fazenda Morada do Sol utiliza o Sistema de Gestão IDEAGRI.Clique aquie saiba mais sobre o software.

Gestão de pessoas...

João Carlos sabe a importância da valorização das pessoas e, ao invés de encarar a mão de obra como problema, prefere considerá-la como a grande solução, ficando claro que este é o grande diferencial da fazenda. Hoje, a fazenda é fonte de renda e oferece oportunidades de trabalho para muita gente. As produções de leite e grãos de qualidade atendem às necessidades dos proprietários, funcionários e da comunidade bambuiense.

A administração da fazenda encontra-se em constante crescimento, definindo metas, investindo em estrutura, tecnologia e aprimoramento, com programas de capacitação para os funcionários, para que possam alcançar a tão desejada posição entre as melhores empresas do agronegócio da região. Os proprietários transmitem e praticam, com clareza, a missão e os valores importantes para a fazenda. Dessa forma, os funcionários são munidos com a visão de futuro, e sabem exatamente onde querem chegar. O compromisso é, então, firmado, de uma forma que engaja, motiva e os envolve no negócio. A missão, visão e valores está escrita no muro principal da fazenda, pintada em grandes letras para que possam ser lidos por todos.

“Depois que a missão, a visão e os valores da empresa foram definidos e apresentados aos funcionários, ficou mais fácil manter uma equipe coesa, com os mesmos princípios, pois, naturalmente, aquele que não se enquadra não se sente confortável e pede para sair. Até mesmo a equipe não o acolhe da mesma forma. Não é por ser um mau profissional, e sim porque o seu perfil não se enquadra. A equipe está muito alinhada com os nossos valores. Pessoas que se enquadram só fortalecem a cultura da empresa”, explica João Carlos.

A fazenda conta hoje com 17 funcionários no leite, incluindo ordenha, trato, bezerreiro, limpeza, sanidade e o veterinário, que é contratado em tempo integral. O gerente de pecuária e agricultura, e o setor administrativo, têm os custos rateados com a agricultura. Os lançamentos dos dados zootécnicos são feitos pelos supervisores de cada setor, utilizando o Software Ideagri.

Leia a reportagem na íntegra, na versão digital da revista, disponível para assinantes.

Fonte: Revista Leite Integral, outubro 2016.


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