Estima-se que no Brasil, cerca de 4 milhões de pessoas trabalhem diretamente na pecuária leiteira. Mesmo sendo tão heterogêneo e pulverizado, o setor mais que quadruplicou sua produção em pouco mais de 40 anos. Ultrapassamos o volume de 35 bilhões de litros de leite, mas ainda com baixa produtividade média nacional, aproximadamente 1.600 litros de leite por vaca ao ano.

 

 

Análises publicadas em março de 2021 exemplificam o potencial para melhores resultados nas fazendas brasileiras. O Top 100 de 2021, publicado pelo portal MilkPoint, indica produção média por vaca de 29 litros ao dia nos 100 maiores produtores de leite do País.

E ainda, o nono Índice Ideagri do Leite Brasileiro, iniciativa que analisa dados de rebanhos que utilizam o software de gestão, evidencia oportunidades de melhoria. Como por exemplo, a taxa de prenhez, indicador-chave para desempenho produtivo e reprodutivo, foi de 17% na média geral e de 25% nos rebanhos 10% mais bem pontuados. Já a taxa de mortalidade de vacas foi de 6,3% na média geral e de 4,6% nas fazendas top 10.

Certamente os resultados superiores obtidos nesses rebanhos Top 10 são consequência de assistência técnica de qualidade, gestão eficiente e aplicação coerente de tecnologias.

Outra grande oportunidade está na exportação de produtos lácteos e no aumento do consumo per capita. Hoje, no Brasil, o consumo por pessoa é de 170 litros de leite por habitante ao ano, número inferior ao recomendado pela Organização Mundial da Saúde que é de 200 a 220 litros de leite por habitante ao ano. Um maior consumo passa também pela consideração dos desejos e demandas dos consumidores a respeito de como o leite é produzido, o que envolve o bem-estar animal e a sustentabilidade.

Tudo isso destaca a necessidade de inovação na cadeia produtiva do leite. 

Na Economia 4.0, o digital e o real se misturam de forma indissociável e promovem mudanças profundas nos modelos de negócio. Inteligência e precisão são as palavras-chave dessa nova economia para qualquer setor. Nesse cenário, para a pecuária leiteira não é diferente. Somos parte de uma atividade em plena mudança. Globalmente, acompanhamos a consolidação de rebanhos cada vez maiores e cada vez mais produtivos, contrastando com uma concentração gradual da atividade em um menor número de fazendas para empregar e alimentar uma população em crescimento.

Tendo em vista a análise anterior, como ter eficiência na gestão, na análise de dados e na tomada de decisões?

Existem 4 passos que precisam ser seguidos para alcançar os melhores resultados dentro da sua fazenda. A gestão por resultados começa pelo registro de dados no campo. Depois, um lançamento dessas informações em uma base de dados. A partir disso, é possível fazer uma análise e interpretação para, então, tomar as melhores decisões.

A transformação de dados em informações para tomada de decisões é o caminho para aproveitar as oportunidades com uma análise assertiva. O intuito é sempre ter um plano de ação definido, com metas, responsáveis, prazos e desdobramentos.

E é muito importante que esses registros sejam adequados e cada fazenda deve estruturar o seu processo e definir o que funciona melhor dentro de sua realidade. Os dados coletados devem ser lançados em uma base de dados confiável para que as informações possam ser armazenadas e efetivamente utilizadas para a gestão. Uma questão que pode parecer muito básica, mas que vale ser comentada é que a qualidade dos dados é fundamental. Se a informação inserida no banco de dados, no sistema, for imprecisa, o resultado também vai ser impreciso e não será útil para tomar decisões que tragam retorno para a fazenda.

O software de gestão para a pecuária IDEAGRI, permite uma análise e interpretação de dados, através de relatórios e dashboards, painéis visuais que combinam diversos parâmetros.

Para exemplificar a importância dessa ferramenta de gestão, iremos compartilhar o caso de sucesso da Fazenda Brejo Alegre.

Localizada em Itaúna, MG, a propriedade possui rebanho com cerca de 400 animais. Produziu leite a pasto durante 15 anos e, em 2016, houve a mudança para confinamento. Hoje, todo o rebanho está em sistema de galpão do composto, os famosos compost barns.

O controle e uso dos dados e das informações para determinar o futuro da fazenda é feito desde o início das atividades. Isso foi muito importante no processo de questionamento do sistema anterior, na definição das metas e no planejamento para atingi-las.

O gerente da fazenda, envia, diariamente, para o sistema as informações mais relevantes, tais como: 

  • a quantidade de leite produzido, 
  • o volume destinado para funcionários 
  • o volume destinado para bezerros 
  • quanto leite foi vendido 
  • quantas vacas estão em lactação 
  • DEL médio da fazenda 

 A partir dessas informações e outras foi possível ter a média diária de produção e perceber que havia problemas de parto, baixo peso ao parto e comprometimento no desempenho da lactação.

Os gestores e consultores se reúnem uma vez por mês para discutir todos os indicadores, comparar os resultados com as metas da fazenda e com o desempenho da fazenda em anos anteriores. O intuito é ter clareza de para onde a fazenda está caminhando. A avaliação dos resultados de medidas que foram tomadas é muito importante para o processo de evolução.

O acompanhamento detalhado das informações no IDEAGRI e o empenho da equipe Brejo Alegre possibilitou uma melhoria em diversos indicadores da fazenda, como a diminuição da idade para aptidão das novilhas, aumento na taxa de concepção, redução da retenção de placenta, cetose e metrite.

Imaginem a diferença que isso faz para a reprodução da fazenda! Sem mencionar os custos de produção, o faturamento em leite e a rentabilidade total.

 


  

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